Vela em latim é candela. Que deu em português "candeia", "candelabro", "candelária", e é da mesma raiz de "cândido", "incandescente", "candidato" e "incêndio". Então porque chamamos vela de vela?
Na verdade, esse vocábulo é um derivado regressivo do verbo "velar", que por sua vez veio do latim vigilare, "vigiar", isto é, ficar acordado.
A razão do nome "vela" é que esse objeto de cera ou parafina que serve para iluminar era usado nos velórios ("velório" é justamente um coletivo de velas), nos quais se velava - isto é, se vigiava - o morto. É que o verbo "vigiar" significa não apenas estar desperto, mas também montar guarda, já que quem está encarregado de vigiar alguma coisa não pode dormir.
Mas por que vigiar um defunto? A explicação é que algumas pessoas sofrem de catalepsia, distúrbio que leva a um estado de morte aparente, da qual o indivíduo "ressuscita" após algumas horas. Assim, os antigos criaram o hábito de vigiar o corpo durante 24 horas. Findo esse prazo, o finado não voltando à vida, podia o cadáver ser enterrado sem susto. (Na prática, sabe-se que muitos já foram enterrados vivos pois só acordaram depois de vencidas as 24 horas.)
Mas o fato é que as pessoas varavam a noite em claro segurando velas, já que não havia luz elétrica, vigiando o falecido. Daí que o objeto usado para velar ganhou o nome de "vela", isto é, "vigia". E a reunião de pessoas vigilantes em torno do caixão passou a se chamar velório.
Uma curiosidade: no interior de Minas Gerais, velório se chama "sentinela", termo de origem militar que traduz a mesma ideia de vigilância.
Por Aldo Bizzocchi
Um comentário:
Que massa! Eu não tinha feito a ligação de ''vela'' e ''velório''.E também não sabia que o verdadeiro significado era vigiar. huahauha gostei do novo designer do blog, de bloco de anotações para iphone :D
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