Após sua memorável atuação nos 6 a 1 sobre o Celtic (em 11 de dezembro de 2013), Neymar declarou ao repórter da TV espanhola:
– Agora é trocar o chip e colocar o da Liga [dos Campeões].
O pobre repórter não entendeu essa e outras respostas em português “neymariano”, mas com essa bela metáfora o craque expressava que era hora de esquecer o passado, e focar a Champions League.
Não podemos prever o futuro da expressão “trocar o chip” no uso figurado da linguagem, se daqui a 5, 10, 50 ou 300 anos continuará sendo empregada. Algumas metáforas oriundas da tecnologia tornam-se obsoletas como as próprias realidades que as inspiraram: ninguém hoje apelidaria uma Rita de Cássio Coutinho de Rita Cadillac, alcunha, por sua vez, tomada do nome artístico de uma famosa vedete de filmes franceses da década de 60, quando o Cadillac era, para todos, imediata referência de glamour e outros atributos. Por outro lado, continuamos usando metáforas da época da Revolução Industrial, como quando dizemos que a campanha para a reeleição já começou e “a todo vapor”, etc.
Tecnológicas ou não, algumas expressões e frases feitas desaparecem rapidamente, outras duram milênios, como no caso de tantas expressões bíblicas: bode expiatório, dois pesos e duas medidas etc. etc. etc.
Por Jean Lauand
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