Usar ou não a crase sempre evidencia um dos muitos questionamentos feitos pelos usuários da língua portuguesa. Quando eles se veem frente a tantas regras que a esse assunto pertencem, assim como a muitos outros, sentem-se meio atordoados, simplesmente pensando: “Como vou conseguir memorizar tudo isso?”.
O fato é que, a princípio, pode parecer um tanto quanto complicado, mas nada que um pouco de prática, mediante o exercício da leitura e da escrita, e a resolução de questões sobre o assunto não possa aperfeiçoar. Sendo assim, tal aspecto decorre do que chamamos de memória visual, ou seja, quanto mais estabelecemos familiaridade com um determinado assunto, mais tendemos a internalizá-lo.
Uma das circunstâncias em que a crase se manifesta é antes das locuções femininas, sejam essas prepositivas (à espera de...), conjuntivas (à proporção que, à medida que...) ou adverbiais (às vezes, à noite...). Assim sendo, integrando as adverbiais está a indicação de horas, como podemos constatar por meio dos enunciados subsequentes:
Sairemos às 2h30.
Todos chegaram às 13h.
O que se pode notar é que se trata da indicação exata das horas. Nesse sentido, podemos dizer que o uso da crase é conveniente. Contudo, vale dizer que tal ocorrência nem sempre é manifestada, por isso, vejamos:
No caso de ocorrer o uso de qualquer outra preposição que não seja a preposição “a”, é errado utilizar a crase. Para tanto, de modo a conferirmos como realmente se efetiva a ocorrência, analisemos alguns casos:
Sairemos após as 18h.
O voo está marcado para as 20h.
Estamos aqui desde as 14h30.
A palestra será realizada entre as 15h e as 17h.
Sabendo que a crase é a fusão de duas letras “A”, sendo uma delas obrigatoriamente uma preposição, nestes casos, não há como acontecer a crase, pois a preposição “a” não está presente, e sim, apenas os artigos referentes às horas.
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